Mudanças Faro
Faro
Faro é uma cidade portuguesa com cerca de 47 000 habitantes,[1] capital do Distrito de Faro, da região, sub-região e ainda da antiga provÃncia do Algarve.
É sede de um municÃpio com 202,57 km² de área[2] e 64 560 habitantes (2011),[3] [4] subdividido em 4 freguesias.[5] O municÃpio é limitado a norte e oeste pelo municÃpio de São Brás de Alportel, a leste por Olhão, a oeste por Loulé e a sul tem costa no Oceano Atlântico.
Através do Aeroporto de Faro, a cidade constitui a segunda maior entrada externa do paÃs (a seguir a Lisboa), o que lhe confere uma valência vincadamente cosmopolita.
As origens de Faro
Os primeiros marcos remontam ao século VIII a.C., ao perÃodo da colonização fenÃcia do Mediterrâneo Ocidental. O seu nome de então era Ossónoba e era um dos mais importantes centros urbanos da região sul de Portugal e entreposto comercial, integrado num amplo sistema comercial, com base na troca de produtos agrÃcolas, peixe e minérios. Entre os séculos III a.C. e VIII d.C., a cidade esteve sob domÃnio romano, Bizantino e visigodo. Dos vestÃgios romanos destaca-se as RuÃnas romanas de Milreu. Do perÃodo visigótico existem várias fontes e indÃcios (quer de escritores cristãos quer árabes) que referem uma magnifica catedral, mas cujos vestÃgios nunca foram encontrados[1][2] [3][4]. Da ocupação bizantina (Império Bizantino) destacam-se as torres bizantinas da cidade [5].
Faro foi conquistada pelos mouros no ano de 713 d.C, os quais ergueram ali uma fortificação (reforçada por uma nova muralha a mando do prÃncipe mouro Ben Bekr, no século IX). Durante a ocupação árabe, o nome Ossónoba prevaleceu, desaparecendo apenas no século IX, para dar lugar a Santa Maria do Ocidente [6] era então capital de um efémero principado independente.
No século XI passa a designar-se Santa Maria de Ibn Harun [7] assim chamada em honra do fundador da Dinastia dos Banu Harun, Emires da Taifa de Santa Maria do al-Gharb, e o nome de Ossónoba começa a ser substituÃdo. A cidade é fortificada com uma cintura de muralhas.
Na sequência da independência de Portugal, em 1143, o primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques e os seus sucessores iniciam a expansão do paÃs para o sul, reconquistando os territórios ocupados pelos mouros. Depois da conquista por D. Afonso III, em 1249, os portugueses designaram a cidade por Santa Maria de Faaron ou Santa Maria de Faaram.
Nos séculos seguintes, Faro tornou-se uma cidade próspera devido à sua posição geográfica, ao seu porto seguro e à exploração e comércio de sal e de produtos agrÃcolas do interior algarvio, trocas comerciais que foram incrementadas com os descobrimentos portugueses.
Tem, nesse perÃodo, uma importante e activa colónia judaica que no final do século XV imprime localmente o Pentateuco, o primeiro livro português. A comuna de Faro terá sido sempre uma das mais distintas da região algarvia e das mais notáveis do PaÃs, em todos os tempos, com muitos artesãos e muita gente endinheirada, sendo frequentes no século XIV as ligações comerciais de judeus e cristãos. A manifesta prosperidade dos judeus farenses no século XV é interrompida pela carta patente de dezembro de 1496 em que D. Manuel I os expulsava de Portugal, caso não se convertessem ao catolicismo.
Assim, oficialmente e só neste sentido, deixaram de existir judeus em Portugal, o que também aconteceu em Faro, onde a terceira esposa de D. Manuel I mandou erigir o Convento de Nossa Senhora da Assunção em Vila Adentro, local em que estava implantada a judiaria.
O Rei D. Manuel I promove, em 1499, uma profunda alteração urbanÃstica com a criação de novos equipamentos na cidade - um Hospital, a Igreja do EspÃrito Santo (Igreja da Misericórdia), a Alfândega e um Açougue - fora das alcaçarias e junto ao litoral. Em 1540, D. João III eleva Faro a cidade e, em 1577, a sede do bispado do Algarve é transferida de Silves para Faro. O saque e o incêndio, em 1596, pelas tropas inglesas de Robert Devereux, 2.º Conde de Essex, danificaram muralhas e igrejas, e provocaram elevados danos patrimoniais e materiais na cidade.
Os séculos XVII e XVIII são um perÃodo de expansão para Faro, que foi cercada por uma nova cintura de muralhas durante o perÃodo da Guerra da Restauração (1640 - 1668), que abrangia a área edificada e terrenos de cultura, num vasto semicÃrculo frente à Ria Formosa.
Em 1 de novembro de 1755, a cidade de Lisboa é arruinada por um grande sismo que devido à sua intensidade provocou, igualmente, estragos em outras cidades do paÃs, sobretudo no Algarve.
A cidade de Faro sofreu danos generalizados no património eclesiástico, desde igrejas e conventos até o próprio Paço Episcopal. As muralhas, o castelo com as suas torres e baluartes, os quartéis, o corpo da guarda, armazéns, o edifÃcio da alfândega, a cadeia e os conventos de S. Francisco e o de Santa Clara foram destruÃdos e arruinados.
Até finais do século XIX, a cidade manteve-se dentro dos limites da Cerca seiscentista de Faro. O seu crescimento gradual sofre um maior Ãmpeto nas últimas décadas.
Actualidade
A cidade de Faro, capital polÃtica e administrativa, detém a maior parte dos serviços administrativos da região e, por conseguinte, uma grande atractividade para a implantação de actividades terciárias e comerciais, subsidiadas pela função habitacional.
Faro assumiu sua vocação cosmopolita aquando da inauguração do seu aeroporto internacional a 11 de julho de 1965, ainda durante a ditadura de António de Oliveira Salazar. Hoje em dia, graças ao aumento de procura turÃstica em todo o Algarve, a cidade possui o segundo mais movimentado aeroporto de Portugal atrás do aeroporto da Portela em Lisboa, com um movimento superior a 5 milhões de passageiros por ano. O aeroporto é ainda utilizado por parte dos turistas que se dirigem a certos locais da Andaluzia por estar mais próximo do que o aeroporto de Sevilha.